Ultima atualização: Dia 12/12/2024
"As coisas pequenas são realmente as grandes coisas da vida."
Por
Marcelo Miguel
Em 2020, a prefeitura de Curitiba em um de seus planos ambientais, indicava que na capital do Paraná existiam 620 diferentes espécies de aves. Interessante que, conforme o tempo passa, percebemos que esses números só aumentam, no que diz respeito a quantidade de espécies encontradas, bem como o número de indivíduos.
Não existe um censo passarinhesco de Curitiba único e regular.
O que temos são algumas entidades, instituições e ONGs que fazem algumas estimativas, estudos e pesquisas quanto aos números existentes de aves e animais silvestres na cidade.
Por exemplo, em 2014, o livro “Aves de Curitiba” do ornitólogo Pedro Scherer Neto, apontava que a cidade de Curitiba possuía pouco mais de 400 diferentes espécies de aves, sendo 389 nativas. Mais recentemente, algumas Ongs através de seus sites e publicações, indicaram que em Curitiba já foram registradas e observados mais de 480 diferentes espécies.
Em 2020, a prefeitura de Curitiba em um de seus planos ambientais, indicava que na capital do Paraná existiam 620 diferentes espécies de aves. Interessante que, conforme o tempo passa, percebemos que esses números só aumentam, no que diz respeito a quantidade de espécies encontradas, bem como o número de indivíduos.
Isso estimula algumas reflexões e especulações que apontam que o desmatamento acelerado e as queimadas dos últimos anos tem empurrado e forçado o deslocamento de muitas espécies, que acabam vindo para os centros urbanos em busca de alimentos e alternativas.
Buscando por referências em minha memória afetiva, eu lembro que quando cheguei em Curitiba no final dos anos 70, não era comum encontrar pelos céus da cidade, nem pombos e nem periquitos. O que a gente via muito pelas ruas da cidade, era somente os tradicionais sabias e pardais que estão por aí até hoje. Outras espécies foram surgindo ou migrando nos anos seguintes.
Conforme a cidade cresceu, tenho a impressão que num primeiro momento, os pombos foram surgindo e começaram a ser percebidos em grupos cada vez maiores principalmente no centro da cidade e regiões centrais.
Com os periquitos o fenômeno se repetiu, só que a presença deles foi aumentando primeiro nas periferias e posteriormente no centro.
Pelo que me lembro, e pode ser que eu esteja enganado, os periquitos eram vistos praticamente só nas regiões bem afastadas, no entorno de Curitiba, onde as áreas verdes eram maiores. Aos poucos eles foram avançando para as áreas mais habitadas no centro, ocupando as árvores mais centrais e posteriormente os telhados e os forros das casas.
Hoje é comum a gente encontrar periquitos fazendo ninhos nos forros das casas e nos telhados dos edifícios, quando não, como acontece no meu condominio, eles invadem as tubulações de saída de ar dos aquecedores para fazer suas tocas.
Mas nos anos 80 também, eu sempre ouvi falar que a Gralha Azul era a ave símbolo do Paraná, no entanto, levei mais de dez anos para ver a minha primeira Gralha Azul solta na natureza. E fui encontrar a primeira, não em Curitiba, mas na Serra do Mar, mais precisamente na região da Estrada da Graciosa.
A verdade é que não sabemos quantas aves e periquitos existem em Curitiba, mas outro dia, li um artigo que dizia que pelos céus da capital do Paraná existem pelo menos de 3 a 4 periquitos para cada habitante. Se isso for verdade, Curitiba soma uma população de periquitos que pode variar de 9 a mais de 12 milhões de indivíduos. Há 30 anos atrás esse número estava abaixo da marca de 3 milhões de individuos.
Se for verdade, 12 milhões de periquitos nos ceús de Curitiba, haja semente de girassol.