Carlinha: A primeira periquita feminista que conheci

Por

Marcelo Miguel

Carlinha é uma das periquitas mais antigas a frequentar minha varanda.

Em outubro deste ano, Carlinha deve completar quatro anos de vida.

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Eu não sou nenhum especialista em periquitos.

Mas nestes últimos anos, com a convivência diária com estas pequenas aves, tenho buscado ler e me informar cada vez mais sobre o mundo dos periquitos e seus hábitos. Em praticamente toda a literatura que encontrei, a informação é de que todos os psitacídeos, (Psitacídeos são aves do tipo periquitos, araras, papagaios), são animais monogâmicos. Ou seja, uma vez que formam um casal, eles permanecem juntos por toda a vida.

 

Pelo menos é isso que a literatura especializada diz.

Talvez a literatura não conheça a Carlinha.

 

Carlinha é uma das periquitas mais antigas a frequentar minha varanda.

Em outubro deste ano, Carlinha deve completar quatro anos de vida.

 

Nesse tempo todo, vindo todos os dias me visitar e comendo sementes de girassol, Carlinha é uma pequena, doce e ativa periquita, e deve agora estar com seu terceiro companheiro, contrariando essa ideia de monogamia.

Logo assim que começou a voar (e nós ensinamos Carlinha a voar, mas isso vai ficar para outra história) Carlinha começou a namorar Alfredo.

 

Alfredo é o mais amarelo dos Periquitos. Dono de uma plumagem clara, visível a quilômetros de distância.

Por meses Carlinha e Alfredo vieram juntos nos visitar.

 

Alfredo era um Periquito doce, mas medroso e assustado. Talvez sua coloração diferenciada fizesse dele um alvo mais visível e fácil para os predadores e, por isso, ele devia ser constantemente atacado. De qualquer maneira, com o passar do tempo, Carlinha estava nervosa com Alfredo e os dois acabaram se separando.

 

Poucos dias depois de se afastar de Alfredo, Carlinha começou a aparecer com outro companheiro. Esse periquito nem teve a chance de ser batizado por nós. Sumiu uns dois meses depois de começar a andar com nossa Carlinha.

Um mês mais tarde, Carlinha já estava com um terceiro parceiro, que até hoje nos chamamos apenas de namorado. Namorado é um periquito, aparentemente mais novo que a Carlinha, mas que esta junto dela há pelo menos um ano e meio.

 

Todos os dias, os dois aparecem nas primeiras horas do dia e depois voltam no entardecer para um lanchinho.

Carlinha e o namorado parecem estar bem juntos, e assim, Carlinha contraria a ideia de que os Periquitos são monogâmicos.

Penso que a nossa Carlinha deve ser a primeira periquita feminista.

 

Monogamia uma ova.

Carlinha é uma periquita dos novos tempos. Viva o empoderamento feminino.

Com ou sem penas.

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Na foto acima, Carlinha e Alfredo na árvore em frente a varanda. desnecessário dizer que Alfredo é o amarelo;

Abaixo, a esquerda, Carlinha e o Namorado, e na foto ao lado, Carlinha ainda com menos de um mês de vida recebendo suplemento alimentar.

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A natureza tem sempre razão